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Educadora e Professora graduada em História,Espec.em L.P.e Literaturas, Espec. História e Cultura Afrobrasileiras. Atuante nas áreas urbana e rural como professora do ensino fundamental maior e ensino médio.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

GOLFINHOS: Paixão e Curiosidade que alimentam nossas lendas.

POR QUE OS GOLFINHOS SÃO TÃO CARISMÁTICOS?

Existem alguns animais que por razões meramente sentimentais são considerados mais atranetes que outros e cabam assim se beneficiando mais facilmente das campanhas de conservação e da participação da população em sua defesa. O golfinho, ao lado do urso panda e do mico-leão-dourado, com certeza faz parte dessa lista de fauna carismática. Ainda que sejam igualmente importantes para a natureza, animais como o tubarão e o morcego, que estão fora dessa lista, não tem a mesma sorte.
Há séculos os golfinhos chamam a atenção dos seres humanos e na maioria das vezes apresentam uma relação de admiração, curiosidade, simpatia e respeito conosco. Falante, amistoso, carinhoso com os seus congêneres e voraz contra os seus inimigos, o golfinho já foi definido como o primo ideal para o homem. Gentil com as crianças e forte o suficiente para derrotar tubarões, eles tem atributos que o aproximam daquilo que os humanos sonham para si próprios. Heróico, capaz de salvar afogados empurrando-os docemente para a praia, como registram inúmeros relatos ao redor do mundo, o golfilho vem sendo cantado em prosa e verso.
Os golfinhos sempre despertaram o interesse e a imaginação das pessoas e estão presentes nos folclores e lendas muito antigas de diversas culturas, Por milhares de anos eles têm sido considerados deuses e mitos além de celebrados em obras de artes. Golfinhos foram retratados em afrescos, esculturas, mosaicos, moedas e vasos. Muitas culturas, tanto ancestrais quanto recentes, reverenciam as baleias e os golfinhos acreditando que eles sejam mensageiros de Deus. Na Grécia Antiga, os golfinhos eram honrados como os próprios deuses e os gregos mantinham um santuário que eles consederavam ser o Deus Golfinho. Atualmente, os golfinhos sofrem fortes pressões devido à degradação humana na terra, mas ainda assim mexem com os seres humanos e atraem sua atenção de uma maneira muito mais positiva em todos os aquários pelo mundo. São também, até nos dias atuais, objetos de mito na Amazônia e utilizados em terapias pelo mundo afora. Há centenas de anos, a ciência tenta desvendar os mistérios que os envolvem, sua complexa comunicação e inteligência, que, por muitos é considerada mais evoluída do que a de nossos ancestrais mais próximos, os primatas.

QUEM SÃO OS GOLFINHOS?

Os Golfinhos são animais exclusivamente aquáticos, de corpo hidrodinâmico, completamente adaptado à água. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, eles não são peixes, mas sim mamíferos aquáticos. Pertencem à subordem dos Cetáceos (baleias, golfinhos e botos) e são membros da familia Delphinidae, sendo assim "primos" próximos das baleias. São animais que como nós, respiram ar atmosférico por meio de pulmões, indo a superfície em intervalos regulares para realizar as trocas gasosas, têm sangue quente, amamentam seus filhotes através de glândulas e cuidam deles por alguns anos até estarem preparados para a vida no mar. Possuem um relacionamento social muito complexo, com diversas categorias de comportamento, que vêm sendo alvo de vários estudos. Costumam formar grandes grupos. Algumas espécies, como o boto cinza (Sotalia guianensis), chegam a formar grupos de 80 indivíduos.

QUADRO COMPARATIVO - Peixes x Golfinhos

# Peixes #
- Sem glândulas mamárias;

- Pele com escamas e glândulas e muco;

- Em geral, respiram o oxigênio da água através de brânquias;

- Temperatura corpórea regulada pelo ambiente;

- Podem apresentar várias dentições;

- Nadadeiras caudal orientada verticalmente, que realiza movimentos para os lados durante a locomoção.

# Golfinhos #

- Com glândulas mamárias;

- Pele lisa, sem escamas ou glândulas;

- Respiram o oxigênio do ar através de pulmões;

- Temperatura corpórea regulada pelo próprio corpo;

- Apresentam uma única dentição;

- Nadadeira caudal orientada horizontalmente, que realiza movimentos para cima e para baixo durante a locomoção.

Esses animais habitam todos os oceânos, mares, estuários e alguns são adaptados para viverem em água doce. A maior das espécies são marinhas, apresentando poucos representantes na água doce. Existem 5 espécies de golfinhos encontrados em rios na China, Índia, Paquistão e América do Sul, e todas elas estão ameaçadas pelas ações antrópicas que crescem a cada dia nas margens dos rios.

Na China, por exemplo, o golfinho-lacustre-chinês (Lipotes veixillifer), provavelmente estará extinto até a próxima década, devido às barragens e à poluição das águas doces chinesas. No Brasil temos o boto-cor-rosa (Inia geoffrensis) na Amazônia, que sofre também com a degradação, mas ainda encontra áreas prístinas para sobreviver. Esses golfinhos apresentam características bem primitivas e pouca visão devido às águas turvas, mas em compensação possuem um excelente sistema de eco-localização e apresentam-se como excelentes nadadores na mata alagada, devido à mobilidade do pescoço, o que facilita a movimentação entre troncos submersos, característica não existente em seus primos marinhos. Esses golfinhos apesar de habitarem diferentes rios em cantos bem diferentes do mundo, são respeitados e temidos devido a inúmeras lendas e presságios sobre eles.

COMUNICAÇÃO

Golfinhos são conhecidos por apresentarem uma característica bem incomum no Reino Animal; produzem sons de vocalização distintos. Esses sons, conhecidos como assobios, são produzidos nas frequências raras entre 5 e 20kHz com duração de 1 segundo. São dotados de um sistema complexo de comunicação e habilidade de imitação de sons, quando comparado com outros animais. Alguns especialistas dizem que são até mais desenvolvidos do que aqueles apresentados por alguns pássaros e primatas. Várias pesquisas sobre a comunicação entre golfinhos constataram que eles são capazes de reconhecer individualmente os membros de seu grupo através de um assobio emitido por eles, que é peculiar a cada indivíduo como se fosse uma "assinatura" pessoal.

Acredita-se que eles associam também diferentes tipos de assobios para diferentes atividades, tais como: deslocamento, alimentação, socialização, reprodução e alarme. Alguns estudos feitos no Havaí comprovaram que estes animais apresentam capacidade cognitiva bastante evoluída. Através de um teste realizado, foi comprovado que um golfinho, previamente treinado, conseguia armazenar suficiente informação em sua memória para repassá-la para outro indivíduo, como a informação de ausência ou presença de um objeto dentro da piscina.

SISTEMA DE ECO-LOCALIZAÇÃO

A eco-localização como o próprio nome diz, é a localização através de ecos, ou seja, ondas sonoras. Esse é o mesmo sistema utilizado por sondas de navios oceanográficos para estudar a geografia dos fundos oceânicos. Esses navios emitem ondas sonoras que vão ao fundo e retornam ao navio em um determinado tempo. Fornecendo assim, através de cálculos, informações sobre o fundo do mar. Desta mesma forma, os golfinhos emitem onddas e através do eco retornado são capazes de reconhecer tudo que está em seu redor, até mesmo identificar sua presa favorita, os peixes.


TERAPIA

Os golfinhos são úteis na terapia de crianças autistas, com síndrome de down e com atrasos psicomotores. Várias crianças já recorreram a este tratamento em diversas partes do mundo, com na Espanha, Irlanda, Estados Unidos e mais recentemente em Portugal, no estuário de Sado. Os resultados são visíveis, embora não cientificamente comprovados. A maioria dos terapeutas e biólogos concorda que a interação com os golfilhos favorece pessoas com problemas de saúde mental, depressão ou stress, mas os progressos tem de ser documentados e analisados individualmente. Alguns cientistas ficaram perplexos quando um dos golfinhos utilizados para a terapia na Flórida, sempre identificava o ponto do corpo do paciente na piscina, que precisava de atenção, Outro relato impressionante foi sobre uma senhora que se encontrava numa piscina com golfinhos e era continuamente empurrada para fora da piscina. Alguns minutos depois, ela entrou em colapso, com dores. No hospital, descobriu-se que ela tinha uma hemorragia interna, que os golfinhos muito provavelmente haviam detectado. Como não tinha mais ninguém por perto na piscina e a distância entre a linha de água e a borda da piscina era grande, os golfinhos tentaram a todo custo impedi-la de ficar na piscina e assim salvaram-lhe a vida.
O ponto mais polêmico entre biólogos e terapeutas incide no benefício do sonar no tratamento das criaanças com deficiências. O sonar é um feixe de energia que oa golfinhos utilizam para localizar comida ao fornecer-lhes uma imagem mental de tudo o que existe ao seu redor. Sabe-se que o sonar é quatro vezes superior aquele utilizado na eliminação de cálculos renais e que pode alterar ou mesmo remover lesões do corpo.

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